27 de dezembro de 2011

Cantoras sertanejas tentam seguir o caminho de Paula Fernandes

Guto Costa/Divulgação

Em um mercado dominado pelos homens, o sertanejo, que já foi chamado de universitário e pop, aos poucos está começando a usar saia e salto alto. Depois do estouro de Paula Fernandes, várias meninas tentam a sua vez. Sem muitos recursos, elas compõem, cantam e produzem. 

“Quem tem o dom de compor pode baratear o custo final do CD”, diz Tuta Guedes, que escreveu cinco músicas do seu primeiro álbum, Se eu te pego oh. O disco leva no título o seu primeiro sucesso, que, diferentemente do que parece, não tem a ver com o hit de Michel Teló e foi lançado antes, em 2009, já misturando sertanejo com eletrônico. “Ninguém acreditava que daria certo. Hoje, virou moda.” 

Sandra Porto, que vai ter uma música na novela Corações feridos (SBT) em 2012, diz que outro problema enfrentado pelas mulheres é o assédio masculino. “Temos feito um bom trabalho. Mas o mercado ainda nos vê como objeto sexual”, afirma ela, que conta já ter sofrido com isso.

Outras, como Talita Real, contam com um empurrãozinho de padrinhos famosos. A moça teve como consultor artístico, já em seu primeiro álbum, Xororó, o que não garante o sucesso. “Nesse segmento, é difícil as garotas despontarem, porque o público feminino quer ver homens.” Mas ela está otimista para 2012. “Será o ano das mulheres, do sertanejo cor-de-rosa.” 

“Paula Fernandes tem um magnetismo tão forte que consegue desmontar o ambiente masculino de uma arena e fazer um show suave. É inusitado”, diz Marcelo Siqueira, diretor artístico da Nativa FM, uma das emissoras em que Paula, que tem sido chamada de Princesinha do Sertanejo, esteve entre as mais pedidas do ano.

De fato, embora novas vozes femininas estejam lutando por espaço na música sertaneja, ninguém conseguiu o feito da artista, que ultrapassou 1 milhão de cópias de seu CD e DVD Paula Fernandes ao vivo e tem conquistado vários prêmios, como o de melhor cantora e melhor artista sertaneja no Prêmio Multishow 2011.

“Sempre fui muito determinada, meus caminhos foram trilhados com passos firmes. Nunca precisei me inventar, sou o que sou. São 19 anos de luta e dedicação para isso. E só tenho a agradecer a todos que adquiriram meus álbuns”, comemora a cantora.

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